sexta-feira, 27 de abril de 2007

António Calvário volta ao Maxime


O velhinho Maxime da Pr. da Alegria recebe o novíssimo António Calvário – O Rei da Canção! – para um espectáculo único, na noite de 28 de Abril.


Para o cantor de “Regresso” é um regresso ao palco onde já brilhou e encantou, num tempo em que a casa servia ostras e artistas de inigualável gabarito! António Calvário volta a ser nome grande num cartaz onde já figuraram Júlio Iglesias, Charles Aznavour, Rafael, Tony de Matos e ainda Hipólito Matateu, o «artista português» da pasta medicinal Couto!


O Rei da Canção fará uma viagem pelos seus grande exitos – “Oração”, “Regresso”, “Avé Maria dos Namorados”, “Tricana”, “Encontro Para Amanhã”, etc, e ainda brindará a audiência com algumas surpresas do seu último CD “Volta”, acompanhado pelo seu conjunto privativo.

António Calvário – provávelmente o maior cantor português de todos os tempos – mostra assim a Lisboa e ao mundo que não há voz que o tempo apague, e que o vigor com que deu várias voltas ao globo, de plateias a seus pés, está intacto!

Steel Drumming interpreta Zeca Afonso


O Drumming – Grupo de Percussão, nasceu no Porto, em 1999, com direcção artística do percussionista espanhol Miquel Bernat.

Desde o seu início tem vindo a contribuir para o estímulo da evolução da percussão, em todos os seus domínios, em Portugal e na cultura ocidental.

Nos seus primeiros anos de existência ganhou imediatamente a simpatia do público e da crítica especializada, tornando-se numa referência na vida musical portuguesa.

Como objectivo artístico prioritário, o Drumming pretende direccionar, ao mais alto nível, a percussão, não só pela divulgação do repertório já existente, como pelo convite a compositores contemporâneos a criarem novas obras para o grupo, incitando-os a quebrar barreiras musicais no domínio da percussão.

Neste projecto de tributo a um autor o grupo apresenta-se como Steel Drumming, uma nova face do Drumming – Grupo de Percussão.

A Steel Drumming tem a particularidade de tocar com as chamadas Steel Drums (ou Steel Pans), que são instrumentos musicais criados a partir de bidões de aço originários das ilhas caribenhas de Trinidad e Tobago e Saint Vincent.

Graças às suas possibilidades rítmicas, melódicas, harmónicas, bem como ao próprio movimento ou coreografia conseguida pelos músicos na sua performance, é um instrumento com uma adesão sem precedentes na história da música.

O que o Drumming se propõe a realizar neste espectáculo, com duração aproximada de 60 minutos, é a prestação de um tributo a uma das figuras mais influentes da música e cultura portuguesas: José Afonso.

Composta pelo quinteto de músicos: Rui Rodrigues, Paulo Costa, João Tiago, Juca Monteiro e António Sérgio e pelos cantores/intérpretes convidados: JP Simões (ex-Belle Chase Hotel), Miguel Guedes dos Blind Zero e Sofia Ribeiro, uma nova e prometedora voz no universo do jazz português, a Steel Drumming desafia-se, neste novo espectáculo, a criar novos arranjos, feitos pelos próprios elementos do grupo, bem como de reconhecidos músicos portugueses como Bernardo Sassetti, Pedro Moreira e António Augusto Aguiar, Mário Laginha, Pedro Moreira, Vasco Mendonça e Telmo Marques, baseados em temas originais de Zeca Afonso. Por outro lado, também convidamos compositores portugueses como Nuno Côrte-Real, Carlos Guedes e também o elemento do Drumming, Jeffrey Davis, para comporem novas peças inspiradas na obra do incontornável cantautor.

Este compositor multifacetado percorreu no seu repertório diversas áreas musicais, desde as baladas de Coimbra à música tradicional, tendo também composto música para teatro.

A sua obra musical continua ainda hoje a dar frutos e a influenciar as novas gerações de músicos e artistas.

Admirado pela sua personalidade e forma de estar na vida, foi um homem solidário, movido por causas e ideais que lhe pareciam justos. José Afonso era um ser humano que se guiava por uma utopia, e que nunca parou por muito tempo no mesmo lugar físico ou filosófico.


Um dia disse de si mesmo: “Alguma coisa do que sou e fui foi em viagem.”

Os Contos de Malador pelos Mão Morta

A partir de “Os Cantos de Maldoror”, a obra-prima literária que Isidore Ducasse, sob o pseudónimo de Conde de Lautréamont, deu à estampa nos finais do séc. XIX, os Mão Morta, com os dedos de alguns cúmplices, estruturaram um espectáculo singular onde a música brinca com o teatro, o vídeo e a declamação, nos próximos dias 11 e 12 de Maio no Theatro Circo, em Braga.

Aí se sucedem as vozes do herói Maldoror e do narrador Lautréamont, algumas imagens privilegiadas das muitas que povoam o livro, sem necessidade de um epílogo ou de uma linearidade narrativa, ao ritmo da fantasia infantil – o palco é o quarto de brinquedos, o espaço onde a criança brinca, onde cria e encarna personagens e histórias dando livre curso à imaginação.

Em similitude com a técnica narrativa presente nos Cantos, a criança mistura em si as vozes de autor, narrador e personagem, criando, interpretando e fazendo interpretar aos brinquedos/artefactos que manipula as visões e as histórias retiradas das páginas de Isidore Ducasse, dando-lhes tridimensionalidade e visibilidade plástica. O espectáculo é constituído pelo conjunto desses quadros/excertos, que se sucedem como canções mas encadeados uns nos outros, recorrendo à manipulação vídeo e à representação.

Como um mergulho no mundo terrível de Maldoror, povoado de caudas de peixe voadoras, de polvos alados, de homens com cabeça de pelicano, de cisnes carregando bigornas, de acoplamentos horrorosos, de naufrágios, de violações, de combates sem tréguas… Sai-se deste mundo por uma intervenção exterior, como quem acorda no meio de um pesadelo, como a criança que é chamada para o jantar a meio da brincadeira – sem epílogo, sem conclusão, sem continuação!

Veja algumas imagens desta peça, aqui.

Ficha Técnica

Texto Original: Isidore Ducasse dito Conde de Lautréamont;
Selecção, Versão Portuguesa e Adaptação: Adolfo Luxúria Canibal;
Música: Miguel Pedro, Vasco Vaz, António Rafael e Mão Morta;
Encenação: António Durães;
Cenografia: Pedro Tudela;
Figurinos: Cláudia Ribeiro;
Vídeo: Nuno Tudela;
Desenho de Luz: Manuel Antunes;
Interpretação: Mão Morta (Adolfo Luxúria Canibal – voz / Miguel Pedro – electrónica e bateria / António Rafael – teclados e xilofone / Sapo – guitarra / Vasco Vaz – guitarra e xilofone / Joana Longobardi – baixo e contrabaixo);
Produção: Theatro Circo e IMETUA – Cooperativa Cultural